CULTURA: Cinema

CULTURA: Cinema

  • Imagem cedida pela Escola Ma'aleh de Televisão, Cinema e Artes
     

    A produção de filmes em Israel passou por grandes transformações desde seu início, nos anos 50. Os primeiros filmes produzidos e dirigidos por israelenses, como "A Colina 24 Não Responde" e "Eles Eram 10" mostravam o tipo heróico, tendência também na literatura da época.

    Hoje em dia, os filmes são profundamente enraizados na experiência israelense, apresentando sobreviventes do Holocausto e seus filhos (como os filmes de Guila Almagor "O Verão de Avyia" e "Sob uma Árvore"), ou as dificuldades dos novos imigrantes ("Sh'hur", dirigido por Hana Azoulay e Shmuel Hasfari; "Café com Limão", dirigido por Leonid Gorivets). Outros refletem uma tendência mais marcada pela realidade israelense como o conflito árabe-israelense ("Além das Grades" de Uri Barbash), ou pela apresentação do contexto de uma sociedade universalista, alienada ou hedonista (como em "O Canto da Sirene", "A Vida de Acordo com Agfa" e "Histórias de Tel Aviv").

    Em 2009, o filme árabe-israelense "Ajami", situado num bairro pobre árabe em Yafo, foi indicado para o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. Foi o primeiro filme predominantemente em língua árabe de Israel indicado a premiação e o terceiro ano consecutivo em que um filme israelense foi indicado ao Oscar.

    Um ano antes, uma animação de Ari Folman, a "Valsa com Bashir" recebeu elogios internacionais por retratar as experiências do diretor na Guerra do Líbano, em 1982. O filme foi premiado com o Globo de Ouro de Melhor Filme Estrangeiro e recebeu uma indicação ao Oscar.
    Outros filmes notáveis dos últimos anos são "Campfire", de Joseph (Yossi) Cedar sobre uma família hierosolimitana, religiosa e sionista, da década de 80, e que luta para restabelecer a dinâmica da família após a morte de seu pai, e "Broken Wings", filme premiado de Nir Bergman que também lida com as consequências de uma perda familiar e a necessidade de aceitação. "Vire à Esquerda no Final do Mundo" trata improváveis amizades interculturais em uma cidade de imigrantes no deserto, e "Aviva, Meu Amor", conquistou 10 prêmios em Israel, Xangai e Tóquio.

    Eytan Fox é outro diretor notável e popular. Os filmes de Fox incluem "A Bolha", que explora a vida urbana contemporânea em Tel Aviv contra o pano de fundo do conflito árabe-israelense; "Yossi e Jagger" sobre o amor e o desejo homossexual nas Forças Armadas, e "Andar Sobre a Água". Fox também foi o diretor do clássico seriado de TV "Florentine" (1997), sobre jovens israelenses desiludidos vivendo em um bairro de Tel Aviv com certo charme decadente.

     Escuela Ma’ale, de televisión, cinematografía y artes
    Imagem cedida pela Escola Ma'aleh de Televisão, Cinema e Artes
     
     Escuela Ma’ale, de televisión, cinematografía y artes

     
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    Os filmes israelenses ganharam muitos prêmios em 2007. Joseph Cedar ganhou o prêmio de melhor diretor e 11 outros prêmios no Festival de Cinema de Berlim por seu filme sobre a primeira guerra do Líbano, "Beaufort", que também foi indicado para o Oscar.

    "Doce Lama" do diretor Dror Shaul levou o prêmio máximo no Festival de Sundance para os filmes internacionais; David Volach de "Meu Pai, Meu Senhor", um filme sobre uma família ultra ortodoxa em férias, ganhou o prêmio máximo para filmes estrangeiros em Tribeca, e "Água-Viva", dirigido pelo escritor Etgar Keret e Shira Geffen, recebeu o prêmio Camera d'Or no Festival de Cannes. Uma surpresa entre premiados foi "A Visita da Banda", o filme de Eran Kolirin sobre uma banda da polícia egípcia em visita a Israel, cujos membros se perdem e veem um lado inesperado do país. O filme recebeu três prêmios em Cannes: Prêmio da Crítica, Prêmio Cinema Jovem, e o Prêmio Favorito na Mostra "Um Certo Olhar".

    A atriz israelense Hanna Laslo recebeu o prêmio de Melhor Atriz por seu papel em "Zona Livre", filme do diretor israelense Amos Gitai no Festival de 58° Festival de Cinema de Cannes, em 2005. Outros filmes e cineastas israelenses também ganharam vários prêmios internacionais nos últimos anos.

    As exportações cinematográficas aumentam anualmente, à medida que mais e mais filmes produzidos em Israel fazem sucesso no exterior, e um maior número de coproduções são filmadas no país. O Centro do Filme Israelense, uma divisão do Ministério de Indústria e Comércio, promove a produção cinematográfica em Israel, tanto a produção local quanto a estrangeira, oferecendo os mais variados serviços, desde organização de contatos profissionais até incentivos financeiros.

    Os grandes eventos, como o Festival de Cinema de Israel, na Cinemateca de Jerusalém, juntamente com eventos similares em Haifa e Sderot, combinado com os festivais de cinema israelenses no exterior, ajudam a promover e conhecer os filmes israelenses 

    Pôster do filme "Beaufort"

    Pôster do filme "Beaufort", indicado para o Oscar de melhor filme estrangeiro
    (Imagem cedida pelos produtores de "Beaufort")

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    A recentemente renovada Cinemateca de Jerusalém tem um acervo de milhares de filmes, uma biblioteca para pesquisa, salas de projeção e espaços para exposições. Apresenta seções regulares de cinema, ciclos temáticos em cooperação com embaixadas, instituições culturais ou organizações cívicas e, quando possível, com a participação do roteirista, diretor ou atores. Desde 1984, vem realizando um festival anual, não competitivo, que já trouxe ao país muitos filmes e vídeos de alta qualidade. 

    Os cursos para adultos têm boa frequência, e são realizados programas para os alunos das escolas de Jerusalém, que estimulam a análise crítica desta arte tão popular. Há sedes da Cinematheque em Tel Aviv e na cidade de Rosh Pina, ao norte. Os cinemas de arte ainda são populares em Israel, e a cadeia de Lev oferece filmes em ambientes acolhedores em todo o país.

    O Arquivo Spielberg de Filmes, da Universidade Hebraica de Jerusalém, é o maior repositório mundial de filmes sobre temas judaicos, assim como sobre a vida judaica e israelense. Administrado pela universidade, juntamente com o Arquivo Sionista Central, tem como atividade principal a coleção, preservação e catalogação de filmes judaicos, tornando o material acessível aos pesquisadores, roteiristas de cinema e televisão e produtores de todo o mundo.

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    Imagem cedida pela Escola Ma'aleh de Televisão, Cinema e Artes