Como qualquer Israelita participei, ano após ano, nas homenagens aos Soldados caídos nas Guerras por Israel.
Estes memoriais foram estabelecidos pouco tempo depois do nascimento do Estado de Israel e, aqui em Lisboa, é a quinta vez que participo, convosco, nesta triste ocasião, como parte das minhas funções como Embaixador.
A partir do próximo ano participarei novamente nos Yom Hazikaron e nos Yom Hatzmaout que lhes seguirão como qualquer cidadão de Israel.
O nosso calendário, como Judeus e Israelitas, está recheado de eventos simbólicos. Há apenas uma semana atrás estivemos reunidos aqui mesmo na Sinagoga para assinalar o Dia Memorial do Holocausto, centrando-nos desta vez no 70.º aniversário da revolta do Ghetto de Varsóvia, naquela que foi uma das supremas manifestações de bravura do nosso Povo.
Há uma razão para que esta cerimónia memorial tenha sido estabelecida exactamente uma semana depois do Yom Hashoá: não há forma de separar os dois acontecimentos porque apesar da Shoá e dos seus horrores, apesar da perda de seis milhões de vidas, o Povo de Israel conseguiu lutar pela sua existência e venceu no regresso à Pátria histórica.
Não há, pois, nada mais natural para nós do que, imediatamente vinte e quatro horas após nos termos reunido para chorar o sacrifício de tantos filhos e filhas na longa estrada do renascimento do nosso país passarmos suavemente para a jubilação da nossa Independência. Enquanto as lágrimas de dor e da tristeza escorrem pelos nossos rostos, assomam outras de alegria e bem-aventurança.
O Estado de Israel, nas vésperas do seu 65.º aniversário, não conseguiu ainda alcançar a tranquilidade e a Paz. Infelizmente, este ano foram adicionados mais nomes à longa lista dos Soldados caídos e ainda enfrentamos riscos e ameaças à nossa sobrevivência como Povo e Estado. Contudo, para nossa grande satisfação, no Estado de Israel de hoje vivem mais Judeus do que alguma vez viveram no passado e na verdade, quão simbólico é o facto de pela primeira vez na História do nosso Povo viverem no nosso pequeno e maravilhoso país mais de seis milhões de pessoas.
Israel cresce e desenvolve-se apesar de todos os perigos à sua porta e os nossos inimigos sabem que regressámos à nossa terra para lá vivermos eternamente.
Sonhamos com a tão desejada e merecida Paz que vai chegar, um dia, logo que tal seja possível.