O número excecional de 4 000 edifícios de Estilo Internacional em Tel Aviv, fazem desta cidade um local único onde o impacto da arquitetura Modernista deixou uma marca visível no tecido urbano.
Em 2003, a UNESCO atribuiu o título de Património Mundial da Humanidade a 3 zonas no coração de Tel Aviv, conhecidas como White City, a Cidade Branca. Os critérios para esta nomeação são o resultado “de uma síntese da excecional importância das várias tendências do movimento Modernista na arquitetura e no urbanismo... adaptada às condições culturais e climáticas do local, bem como a sua integração nas tradições locais”.
A Tel Aviv dos anos de 1930 e 1940 foi na realidade uma espécie de laboratório onde os arquitetos, formados em vários países europeus, discutiam e criavam nas margens do Mediterrâneo um “modernismo modificado”. Sem se esquecerem da sua cultura e educação europeias, foram capazes de integrar as suas ideias de forma a criar um tipo de edifício original e funcional.
A maioria das estruturas de Estilo Internacional em Tel Aviv são edifícios residenciais modestos, construídos para albergarem as vagas de imigrantes oriundos da Europa durante esses anos. São caraterizados pela sua articulação cúbica e pelas suas varandas - embutidas ou em consola, o que cria, sob o efeito do Sol, uma animada interação entre luz e sombra. Assim, as fachadas locais apresentam uma forte plasticidade e são muito mais tridimensionais em comparação com a maioria das fachadas modernistas de formas planas e de traços leves na Europa.
A concentração destes edifícios no centro de Tel Aviv resulta no que os críticos apelidam de “uniformidade relaxada”. O tecido urbano é altamente homogéneo, composto por ‘cubos’ adjacentes, cada um deles com pequenas variações, mas que, em conjunto, formam uma consistência, que atua como um cenário ideal para a vida urbana.
O sucesso da White City também se deve ao plano urbanístico de Tel Aviv em 1925, elaborado por Sir Patrick Geddes. Os ‘blocos residenciais’ com pequenos parques no seu coração e as linhas de orientação que indicam que os edifícios deverão ser estruturas independentes rodeadas por pequenos jardins, resultam num dinâmico mosaico de uma cidade verdejante que desfruta de uma presença humana magnífica.
É esta combinação única de planeamento urbanístico, baseado nas ideias do movimento ‘Cidade-Jardim’ dos finais do século XIX e a sua edificação – juntamente com a arquitetura Modernista datada dos inícios do séc. XX, que dá origem à especificidade e ao caráter único da "White City" de Tel Aviv.