Uma e outra vez, ao invés de renovar as negociações com Israel, os Palestinianos buscam formas de apagar do livro da História a ligação histórica do Povo Judeu com Israel. Esta estratégia tem sido por eles recentemente utilizada no que diz respeito às resoluções dos orgãos da Unesco e agora, com o seu “grito de guerra” contra a Declaração Balfour criada a 2 de Novembro de 1917 por Lord Balfour, então Secretário dos Negócios Estrangeiros britânico. Uma Declaração que completará 100 anos de existência no próximo ano.
O Povo Judeu tem, desde há milénios, sido continuadamente presente na área onde o Estado de Israel está situado hoje, lutando para reconstituir o seu lar nacional desde a destruição do Reino da Judeia em 70 da Era Comum. Theodor Herzl expressou esta ideia em livro, em 1896, inspirando o movimento político de regresso à pátria Judaica, o Sionismo.
A Declaração Balfour foi uma das primeiras medidas tomadas por um grande actor internacional para reconhecer o direito do Povo Judeu em estabelecer o seu lar nacional. A comunidade internacional rapidamente aceitou a Declaração. A Liga das Nações encarregou, em Maio de 1922, a Grã-Bretanha da responsabilidade de pôr a Declaração em prática, transformando uma posição política numa obrigação internacional legal. Em simultâneo, tanto a Declaração como a decisão da Liga das Nações incluíam disposições específicas para assegurar o respeito pelos direitos civis e religiosos de todos os habitantes da área.
Subsequentemente, o Plano de Partição das Nações Unidas, de 1947, também reconheceu ao Povo Judeu o direito a um Estado soberano na sua pátria histórica. Estas decisões internacionais tiveram um papel fundamental na galvanização do apoio ao estabelecimento do futuro Estado de Israel. Tragicamente, o Plano de Partição – que fora aceite pelos Judeus – foi rejeitado pelos Árabes, que escolheram prosseguir uma guerra de aniquilação, não aceitando um compromisso que teria evitado todas as guerras que se seguiram.
A essência do conflito Israelo-Palestiniano tem sido, aliás, a sistemática rejeição por parte da liderança Palestiniana dos legítimos direitos nacionais do Povo Judeu à Terra de Israel.
As correntes tentativas Palestinianas para minar a Declaração Balfour são parte de uma campanha que exige direitos exclusivos a toda a terra, recusando reconhecer a ligação histórica dos Judeus à sua pátria. Estas acções lançam sérias dúvidas sobre as intenções Palestinianas.
Enquanto Israel tem repetidamente sublinhado a sua adesão ao princípio de dois Estados para dois Povos, estas tentativas Palestinianas provam, mais uma vez, que os seus líderes estão menos interessados em estabelecer o seu próprio Estado a par com o de Israel, do que em fazê-lo sem a existência de Israel.
Já é tempo da comunidade internacional tomar uma posição e exigir que os Palestinianos cessem de perpetuar o conflito com Israel, respondendo finalmente aos apelos Israelitas para voltarem às negociações directas, caminhando assim para um futuro melhor para os dois Povos, num ambiente de genuína paz.
Embaixadora Tzipora Rimon
artigo publicado no jornal Público a 16 de Novembro de 2016