Shimon Peres 1923 2016

Shimon Peres 1923-2016

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    Shimon Peres Shimon Peres : GPO
    GPO: Kobi Gideon
     

    ​Nascido em 1923 na Polónia, da primeira geração do Estado de Israel. Foi eleito pela primeira vez para o Knesset em 1959 e integrou 12 Governos, duas vezes como primeiro-ministro, antes de assumir a presidência do país entre 2007 e 2014. Foi laureado com o Nobel da Paz em 1994. Tinha 93 anos.

     

    Shimon Peres – funcionário público, deputado e 8° Primeiro-Ministro de Israel – foi eleito para o Knesset (Parlamento, situado em Jerusalém) no dia 13 de Junho de 2007, para servir como 9° Presidente de Israel. Assumiu o cargo em 15 de Julho desse mesmo ano.
     
    Peres nasceu na Polónia em 1923 e imigrou para a Palestina com a sua família quando tinha 11 anos de idade. Cresceu em Tel Aviv e frequentou uma escola agrícola em Ben Shemen. Peres passou diversos anos no Kibbutz Geva e no Kibbutz Alumot (Galileia), dos quais foi um dos fundadores, e em 1943 foi eleito secretário do movimento juvenil sionista-trabalhista.
     
    Shimon Peres foi associado ao desenvolvimento das capacidades de defesa de Israel. No final dos anos 40 juntou-se ao Haganá e tinha como responsabilidade administrar a mão-de-obra e os armamentos. Em meados e depois da Guerra de Independência (1948-1949), serviu como chefe dos serviços navais e, depois, chefiou a delegação do Ministério de Defesa aos Estados Unidos. Em 1952 entrou no Ministério da Defesa e um ano depois, aos 29 anos, foi nomeado Director-Geral do Ministério, posição que manteve até 1959.
     
    Em 1959, Peres foi eleito membro do Knesset e serviu no Parlamento até a sua eleição para Presidente, em Junho de 2007. De 1959 a 1965, serviu como vice-Ministro da Defesa. Entre as suas realizações está o estabelecimento das indústrias do exército e da aviação e a promoção de laços estratégicos com a França – uma “relação especial” que culminou numa cooperação estratégica durante a Campanha do Sinai (1956), que idealizou. Também foi responsável pelo programa nuclear de Israel.
     
    Shimon Peres distinguiu-se como uma figura política na política interna. Em 1965, deixou o partido Mapai, que estava no poder, juntamente com o ex-Primeiro-Ministro David Ben-Gurion, e tornou-se Secretário-Geral do Rafi. Três anos depois, foi instrumental em reunir novamente essas facções trabalhistas. Em 1969, Peres foi nomeado como Ministro da Absorção de Imigrantes; de 1970 a 1974, serviu como Ministro dos Transportes e Comunicações; e, em 1974, foi Ministro da Informação.
    Durante três anos, depois da Guerra do Yom Kippur (1973), Peres voltou a desempenhar um papel central na segurança de Israel como Ministro da Defesa. Revitalizou e fortaleceu o Exército de Defesa de Israel (IDF) e desempenhou um papel importante nas negociações que levaram ao Acordo Interino com o Egipto, em 1975. Foi responsável pela operação de resgate em Entebbe (1976) e foi o autor do conceito de “Boa Cerca” (fronteira Israel-Líbano), promovendo relações positivas com residentes do Sul do Líbano.
     
    Peres serviu brevemente como Primeiro-Ministro interino após a renúncia do Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin, em 1977. Depois da derrota do Partido Trabalhista nas eleições gerais – depois de 30 anos de hegemonia política –, Shimon Peres foi eleito presidente do partido, posto que ocupou até 1992. Durante esse período foi também eleito vice-presidente da Internacional Socialista.
     
    Shimon Peres serviu dois mandatos não consecutivos como Primeiro-Ministro. O seu primeiro mandato foi de 1984 a 1986, como parte do governo de Unidade Nacional baseado num acordo de rotação com o líder do Likud, Yitzhak Shamir. De 1986 a 1988, serviu como vice-Primeiro-Ministro e Ministro dos Negócios Estrangeiros, e, de Novembro de 1988 até a dissolução do governo de Unidade Nacional, em 1990, foi vice-Primeiro-Ministro e Ministro das Finanças. Focou as suas energias na economia em dificuldades e na complexa situação após a Guerra do Líbano (1982).
     
    Peres foi vitorioso em contar com o apoio da Histadrut (Sindicato Nacional) para realizar os difíceis passos que resultaram na redução da inflação anual de 400% para 16%. Peres também foi instrumental na retirada das tropas do Líbano e para o estabelecimento de uma zona de segurança no Sul do Líbano.
     
    Depois da volta ao poder do Partido Trabalhista, como resultado das eleições de 1992, Shimon Peres foi novamente nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros. Iniciou e conduziu as negociações que levaram à assinatura da Declaração de Princípios com a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), em Setembro de 1993 – o que o levou a ganhar o Prémio Nobel da Paz, em 1994, juntamente com o ex-Primeiro-Ministro Yitzhak Rabin e o ex-Presidente Palestiniano Yasser Arafat.
     
    Mais negociações com os palestinianos levaram a uma retirada israelita de áreas da Faixa de Gaza e da Judeia e Samária (Cisjordânia), com o estabelecimento de uma limitada autonomia palestiniana, como decidido no Acordo Interino. Em Outubro de 1994, o Tratado de Paz com a Jordânia foi assinado. Peres, subsequentemente, procurou promover relações com outros Estados Árabes no Norte de África e no Golfo Pérsico – parte da visão de um “Novo Médio Oriente”.
     
    O segundo mandato de Shimon Peres veio no seguimento do assassinato de Yitzhak Rabin, a 4 de Novembro de 1995. O Partido Trabalhista escolheu Peres como sucessor de Rabin, e o Knesset confirmou a decisão com um voto de confiança apoiado por membros tanto da coligação quanto da oposição.
     
    Peres serviu como Primeiro-Ministro durante sete meses até às eleições gerais de Maio de 1996. Durante esse período, esforçou-se para manter o momentum do processo de paz, apesar da onda de ataques terroristas de homens-bomba palestinianos contra civis israelitas.
     
    Shimon Peres continuou a servir como presidente do Partido Trabalhista durante um ano depois da derrota do partido nas eleições. Em Junho de 1997, o ex-chefe das Forças Armadas e membro do Knesset pelo Partido Trabalhista Ehud Barak foi eleito presidente do partido.
     
    Em Outubro de 1997, Shimon Peres criou o Centro Peres para a Paz, com o objectivo de promover parcerias árabe-israelitas.
     
    Peres serviu como ministro da Cooperação Regional de Julho de 1999 até Março de 2001 e, em Março de 2002, foi nomeado Ministro dos Negócios Estrangeiros e vice-Primeiro-Ministro no governo de União Nacional liderado por Ariel Sharon. Renunciou em Outubro de 2002, junto com outros ministros do Partido Trabalhista. Peres serviu como vice Primeiro-Ministro de Ariel Sharon entre Janeiro e Novembro de 2005, quando os trabalhistas deixaram o governo.
     
    Antes das eleições para o 17° Knesset, Peres deixou o Partido Trabalhista para se juntar ao recém-fundado partido Kadima. Serviu como vice Primeiro-Ministro e Ministro para o Desenvolvimento do Negev e da Galileia, de Maio de 2006 a Junho de 2007.
     
    Era viúvo e deixou três filhos, oito netos e dois bisnetos.
     
    Shimon Peres escreveu os seguintes livros:
    “Entre o ódio e a vizinhança” (Hebraico, 1961)
    “A próxima fase” (1965)
    “O estilingue de David” (1970)
    “O amanhã é agora” (1978)
    “Vá com os homens – 7 perfis” (1979)
    “A força da superação” (Francês, 1981)
    “Diário de Entebbe” (1991)
    “O novo Médio Oriente” (1993)
    “Lendo o diário – carta aos autores” (1994)
    “Lutando pela paz” (1995)
    “Pelo futuro de Israel” (1997)
    “Novo Génesis” (1998)
    “A viagem imaginária” (1998)
    “Um tempo para a guerra, um tempo para a paz” (2003)
     
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