Israel e Hamas - diferenças inconciliáveis

Israel e Hamas - diferenças inconciliáveis

  •   artigo publicado no Diário de Notícias a 23 de Julho 2014
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    ​«Na semana passada, Israel aceitou a proposta do Egipto de um cessar-fogo, apoiada pela ONU, bem como pela Autoridade Palestiniana e pela Liga Árabe. Não havia qualquer razão racional para o Hamas rejeitá-la.
     
    Se o Hamas se importasse mais com os residentes de Gaza e menos em destruir Israel, teria aceite a proposta de cessar-fogo. Contudo, o Hamas rejeitou o cessar-fogo e continuou a atacar Israel, disparando rockets.
     
    O Hamas também não honrou o cessar-fogo humanitário proposto pela ONU, continuando a disparar contra cidades Israelitas durante o período estipulado.
     
    Como todas as outras nações, Israel tem o direito à autodefesa e quer uma paz prolongada para os seus cidadãos. Israel decidiu iniciar a ofensiva terrestre depois de ter esgotado todas as outras possibilidades.
     
    O objectivo da ofensiva terrestre é atingir os túneis terroristas que percorrem a Faixa de Gaza até território Israelita. Os terroristas do Hamas usam estes túneis para se infiltrarem em Israel possibilitando ataques transfronteiriços. Os nossos soldados tentam agora neutralizá-los no terreno, para desmantelar o que se pensa ser uma extensa rede de túneis usada pelos terroristas do Hamas.

    Na área de Shejaiya estavam localizados alguns destes túneis, constituindo também o local central de produção e lançamento de rockets.
     
    Israel actua contra alvos terroristas, fazendo todos os possíveis para evitar baixas civis. Israel lamenta qualquer baixa civil não combatente.
     
    Pelo contrário, o Hamas utiliza os seus civis como escudos humanos tornando-se assim responsável por todo o mal que lhes possa acontecer. Um exemplo é o do porta-voz do Hamas, Mushir al-Masri, que no dia 16 de Julho apelava aos residentes de Gaza para não saírem de suas casas e para ignorarem os avisos das Forças de Defesa Israelitas. O mesmo aconteceu, mais tarde, com os habitantes de Shejaiya.
     
    Israel não quer estar na Faixa de Gaza. Definitivamente não queremos reocupar Gaza.
    Em 2005, o PM Ariel Sharon retirou todos os colonos e soldados de Gaza dando a este estreito bocado de terra um novo começo, uma chave para o futuro dos Palestinianos. Houve mesmo quem falasse de Gaza como a potencial Singapura do Mar Mediterrâneo.
     
    Porém, em dois anos, o Hamas tomou o poder em Gaza e expulsou as forças da Autoridade Palestiniana numa violenta tomada de posse em 2007. Mais do que a construção de Gaza, o objectivo do Hamas tornou-se a destruição de Israel e, ao invés de providenciar para o seu povo, manteve como único objectivo aumentar o stock de armamento e a sua capacidade terrorista.
     
    O Hamas usa fortes paredes de cimento para construir um sistema de túneis. Poderia ter melhorado as estradas, habitações e até ter construído abrigos para os residentes de Gaza mas escolheu transformar Gaza num refúgio para terroristas ignorando o que seria melhor para o seu próprio povo.
     
    Há muitas vozes Palestinianas que buscam soluções pacíficas, mas, infelizmente, essas vozes são caladas por extremistas como o Hamas e outras organizações terroristas que impedem que a Paz seja atingida.
     
    O povo Palestiniano precisa de se libertar do Hamas, de livrar a sua sociedade deste mal.
     
    Em Israel, cremos que os nossos inimigos não são os residentes de Gaza, mas as organizações terroristas que controlam o território e atacam os nossos cidadãos. Posto de uma forma simples, esta é uma luta contra o terrorismo. O povo Palestiniano tem de reconhecer isto e escolher a paz contra o terrorismo e a coexistência em vez do ódio.»

    Tzipora Rimon,

    Embaixadora de Israel