Definitivamente não. As minorias em Israel, a maioria delas são árabes muçulmanos, também há árabes cristãos, drusos. Desde o momento zero, em 1948, quando David Ben-Gurion declarou a independência, nas vésperas do fim do mandato britânico, na declaração da independência é mencionado que o novo Estado de Israel seria a expressão da nacionalidade do povo judaico e o ponto de encontro de judeus no exílio, mas ao mesmo tempo garantia plenos direitos religiosos e culturais a habitantes não-judaicos. E, de facto, se verificar a realidade, encontrará muitos muçulmanos, árabes, drusos, etc, em todas as camadas sociais do público israelita. No Governo, no exército, no setor privado. Não sei se já visitou Israel, mas caso visite verá que há árabes no Supremo Tribunal, no Parlamento, como militares e polícias, até generais. Também os verá na academia, professores árabes. Momentos antes do senhor chegar estava a ouvir as notícias na rádio pública, que acabaram com uma lembrança aos cidadãos árabes israelitas que o jejum do Ramadão acabará à hora x. Só para dar um exemplo concreto do quotidiano. Os cidadãos árabes israelitas definitivamente não são de segunda. Se me perguntar sobre a situação de árabes que são etnicamente palestinianos, enquanto estamos em conflito com os palestinianos, e se torna a situação fácil, a resposta é não. Mas para lhe dar um exemplo de como os árabes israelitas são plenos cidadãos, o meu vice-embaixador, aqui, na embaixada de Lisboa, não é judeu, é druso, etnicamente é árabe. E está plenamente integrado.