Claro que a ameaça Iraniana não é apenas uma ameaça não convencional; é também uma ameaça convencional, que se concentra principalmente em mísseis e rockets trazidos para o enclave Iraniano que nos rodeia, numa tentativa de nos estrangular de dois lados, a partir do Líbano e a partir da Faixa de Gaza. E, claro, iremos lidar com este assunto separadamente. Não quero expressar-me muito além disto, apenas dizer que nós queremos assegurar que nas negociações políticas com os Palestinianos, consigamos alcançar dois objetivos: um, não queremos, eu não quero, um Estado binacional. E acredito que neste ponto expresso a vontade da maioria dos cidadãos de Israel. E segundo, não queremos outro país que se estabeleça aqui sob o patrocínio do Irão que dispara mísseis e rockets contra nós ou que lança ataques terroristas contra nós. Precisamos alcançar estes dois objetivos, não apenas um deles, os dois.
Acabámos por ultrapassar uma grave turbulência e depois de cinco anos de uma navegação controlada, responsável e clara, iremos brevemente saber se podemos continuar a negociar com os Palestinianos. Os Americanos estão a trabalhar para formular as posições Americanas, se o fizerem. Mas gostaria de enfatizar que estas não são as posições de Israel, mas as dos Americanos.
Israel não tem de concordar com nada que os Americanos apresentem, mas insistimos em dois pontos fundamentais – em muitos aspectos, mas gostaria hoje e aqui de enfatizar dois deles – nas negociações com os Palestinianos. A primeira é, claro, o reconhecimento do Estado Judaico ou da Nação Judaica do Povo Judeu. Gostaria de explicar a nossa insistência neste assunto, porque está na base do conflito.
Este conflito dura há mais quase 100 anos. A data que eu escolho para o seu início é 1920, 1921, um ano após o meu avô ter chegado a Jaffa. Quando ele chegou dirigiu-se ao posto Judaico de imigração. Não existiam aí colonos; não existiam colonos como são chamados hoje. Não existiam territórios. Existia uma objecção básica à presença judaica, uma oposição que cresceu e resultou nos ataques em 1929 em Hebron e claro aos grandes motins de 1936-1939.
Esta luta, que continuou ao longo da Guerra da Independência e depois até 1967 – esta luta não foi sobre os territórtios da Judeia, Samaria e Gaza (estas estiveram em mãos Árabes). Esta luta foi contra qualquer existência de um Estado Judaico, contra o Sionismo ou qualquer expressão do mesmo, qualquer Estado de Israel em qualquer fronteira. O conflito não é sobre estes territórios; não é sobre os colonatos; e também não é sobre um Estado Palestiniano. O movimento Sionista concordou em reconhecer um Estado Palestiniano durante o plano de partição e numerosos governos também concordaram posteriormente em reconhecer um Estado Palestiniano. Mas este conflito continuou por uma razão: uma teimosa negação em reconhecer o Estado Judaico, o Estado Nação do povo Judaico. Para que o conflito acabe precisam de reconhecer que na nossa terra, esta terra, na pátria Judaica, existem dois povos.
Quando falamos sobre um acordo, falamos sobre um acordo no qual somos questionados pelo mundo e pelos Palestinianos para reconhecer o Estado Nação da Palestina. Será possível que ninguém os questionará para reconhecer o Estado Nação de Israel? Nós não somos estranhos nesta terra ou para esta terra; temos estado aqui continuamente por quase 4000 anos – 3800 anos. Esta é a terra onde a nossa identidade foi forjada; esta é a nossa pátria; aqui é o nosso país que renasceu. E os Palestinianos devem aceitar isto. Caso contrário, o que nos estão a pedir para fazer é permitir o estabelecimento de um Estado Palestiniano que irá continuar a subverter a fundação para a existência de um Estado Judaico, que irá tentar inundar-nos com refugiados, que irá avançar com reinvidicações irredentistas de dentro do território do Estado de Israel, reinvidicações territoriais, reinvidicações nacionais. Dizemos que a solução é dois Estados para duas Nações e o mútuo reconhecimento de ambos.
Não é possível que se peça a Israel para preencher um dos lados da equação e que aos Palestinianos não lhes seja pedido para completar o outro lado da equação. Isso é um absurdo. E, portanto, a nossa primeira e inabalável exigência é o reconhecimento. Acabar com o conflito não significa apenas renunciar ao direito de retorno, mas em primeiro lugar o reconhecimento do Estado-nação do povo Judeu, o reconhecimento do Estado Judaico. Se assim quiserem, diria que este é o primeiro passo para a fundação para a paz entre nós e os Palestinianos.