"Assinalamos hoje o YOM HA'SHOAH - Dia da Recordação dos Heróis e Mártires do Holocausto. Relembramos os seis milhões de vítimas do regime Nazi, incluindo um milhão e meio de crianças e incontáveis membros de outras minorias. Lamentamos a perda de um terço do povo judeu nos campos de extermínio e de concentração.
O Dia da Memória, este ano de 2014, é subordinado ao tema "Na Linha do Término", que retrata a situação dos judeus na Europa de 1944 – há portanto 70 anos. Os judeus encontravam-se na altura em dupla corrida: por um lado, muitas cidades conseguiram libertar-se da Alemanha Nazi, como Varsóvia, Vilnus, Belgrado, Paris e Roma, tendo o Exército Vermelho avançado quando as armadas dos aliados intensificaram os bombardeamentos da Alemanha e desembarcaram na Normandia.
Por outro lado, no mesmo ano, mais de 430.000 judeus da Hungria e, separadamente, os judeus da ilha grega Corfu foram transportados para Auschwitz, os guetos de Ludze e Kovna foram finalizados e tiveram início as marchas da morte. O elemento tempo foi cardinal: entre a liquidação e a libertação ou uma questão de vida ou de morte.
Em Junho de 1944, dois jovens judeus, que conseguiram fugir de Auschwitz, escreveram um relatório sobre o papel central do campo na máquina de extermínio. Também, no ano de 1944, perante a dimensão do massacre, o jurista Raphael Lemkin criou o conceito de genocídio.
O Dia da Memória da Shoah revive a obrigação de combater o fenómeno do racismo e do anti-Semitismo, da intolerância e da violência no mundo, de lutar contra a negação do Holocausto e dá força aos projectos educacionais sobre a história da Shoah e lições dela tiradas, visando assegurar um futuro mais honroso às gerações vindouras.
Ao mesmo tempo, abraçamos nesta data os sobreviventes, saudamos os partisanos e mais de 25.000 "Justos entre as Nações", incluindo o Cônsul português Aristides de Sousa Mendes que, pela sua acção e correndo enormes riscos, salvaram tantas vidas humanas."
Embaixadora Tzipora Rimon
27 de Abril de 2014