Descoberta aldeia com 2300 anos

Descoberta aldeia com 2300 anos

  •   A aldeia terá sido ocupada durante o tempo do Segundo Templo
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    Coin from the reign of King Antiochus III Coin from the reign of King Antiochus III : Clara Amit, courtesy Israel Antiquities Authority
    Copyright: Clara Amit, Autoridade de Antiguidades de Israel
     
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    ​Os vestígios de uma aldeia rural que foi ocupada durante aproximadamente dois séculos, durante o Período do Segundo Templo, foram agora completamente postos a descoberto, numa acção que começou em Agosto de 2013 e terminou em Janeiro de 2014. A descoberta foi feita durante uma escavação da Autoridade de Antiguidades de Israel antes do início dos trabalhos de construção de um gasoduto de gás natural para Jerusalém, que fazia parte de um projecto nacional.

    Em Junho de 2013, a empresa de gás natural de Israel começou a construção do projecto que teria 35 km de comprimento, e que iria desde a planície costeira até os arredores de Jerusalém. Perante o que foi encontrado, a Autoridade de Antiguidades de Israel e a empresa concordaram que os planos de engenharia para a linha de gás deveriam ser revistos, contornando o local e preservando-o como um sítio arqueológico único e ficando acessível através da estrada de Burma, uma rota que abasteceu Jerusalém durante a guerra israelo-árabe de 1948.

    As escavações, que cobriam cerca de 750 metros quadrados, revelaram um pequeno povoado rural, com algumas casas de pedra e uma rede de ruas estreitas. Cada edifício, que provavelmente abrigava uma única família nuclear, era composto por vários quartos e um pátio aberto. De acordo com Irina Zilberbod, diretora das escavações, em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel, "os quartos geralmente serviam como salas residenciais e de armazenamento, enquanto que as tarefas domésticas eram realizadas nos pátios".

     

    (vista aérea da aldeia encontrada)

    Os arqueólogos só escavaram ainda um terço das ruínas, mas já encontraram dezenas de moedas, utensílios de cozinha, ferramentas de moagem e frascos para armazenar óleo e vinho. "Tendo em conta a quantidade de moedas e utensílios, trata-se de uma grande comunidade na dinastia dos Hasmoneus. Ainda não podemos dizer que foi uma aldeia judaica, estamos apenas no princípio da investigação", explica a arqueóloga Irina Zilberbod.

    A aldeia, cujo nome não foi preservado, está situada no topo de um monte a 280 metros acima do nível do mar, com vistas impressionantes sobre a paisagem circundante. Essas grandes extensões de terra foram usadas, ​​como são hoje, para cultivar pomares e vinhas, e que eram o sustento económico dos primeiros colonos da região. As escavações mostraram que o local atingiu o auge do seu desenvolvimento no período helenístico (durante o século III a.C.), quando a Judeia foi governada pela monarquia Seleucida após Alexandre, o Grande, e que foi abandonado no final da dinastia dos Hasmoneus. Não se sabe ao certo porque é que o local foi abandonado, mas provavelmente está relacionado aos problemas económicos e não a um incidente violento.