Da realidade e da fabula

"Israel: da realidade e da fábula" de Lior Keinan

  •   artigo publicado no jornal Público de 26 Julho
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    Hamas incita os civis, incluindo crianças, para ficarem no telhado de um edifício onde as IDF alertaram para um ataque iminente Hamas incita os civis, incluindo crianças, para ficarem no telhado de um edifício onde as IDF alertaram para um ataque iminente : IDF
     
     
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    ​«Há uma famosa fábula em que um escorpião pede a um sapo que o transporte às costas até ao outro lado do rio. Tendo o sapo medo de ser picado pelo escorpião durante a travessia, o escorpião explicou-se que se o picasse, morreriam os dois. O sapo acaba por concordar e começa a travessia. A meio do caminho o escorpião pica mesmo o sapo condenando ambos a uma morte certa. Quando o sapo perguntou o porquê, o escorpião respondeu: "Bom, é a minha natureza."

     

    Israel evacuou completamente da Faixa de Gaza em Setembro de 2005. Até as campas levámos connosco. Poucos meses mais tarde, em Janeiro de 2006, o Hamas ganhou as eleições. A partir daí e desde há 8 anos e meio teve a possibilidade e a oportunidade de melhorar e mudar dramaticamente a vida da sua gente, por exemplo, usando a generosa ajuda internacional (só a União Europeia doa, por ano, meio bilião de euros aos Palestinianos).

     
    O Hamas esolheu um caminho diferente. Ao invés de construir hospitais utilizou o cimento para construir túneis para Israel, para assim raptar soldados e civis. O metal não é usado para fazer parques infantis, mas para construir milhares e milhares de mísseis, 10 mil dos quais já foram disparados contra Israel, 1500 só nos últimos dias.
     
    Ao invés de investir em infraestruturas como estradas e pontes, o seu orgulho reside em construir outro tipo de infraestruturas – debaixo do chão - centenas de bunkers onde os terroristas do Hamas se escondem, neste preciso momento, enquanto ordenam ao seu povo que vá para os telhados servir de escudo humano e ameaçando-os mesmo quando Israel avisa que é perigoso ficar.
     
    Mas nesses 8 anos e meio o Hamas não teve disputas apenas com Israel. Durante este período também se confrontou violentamente com a Fatah expulsando-a de Gaza (literalmente, dado que atiraram oficiais da Fatah de cima dos telhados) e entrou num conflito armado com o Egipto depois de tentar desestabilizar a Península do Sinai ao apoiar os guerrilheiros Jihadistas lá.
     
    Porque é que o Hamas faz isto? Porque é que semeia terrorismo e destruição aonde quer que vá? Porque é que continua a picar o povo de Gaza enquanto os civis os levam às costas como o sapo da fábula? Bom, porque é essa a sua natureza.»
     
    Conselheiro Político
    Lior Keinan