Artigo Embaixadora Tzipora Rimon Expresso

Artigo de Opinião da Embaixadora Tzipora Rimon

  •   Como é que o incitamento alimenta esta crescente onda de terrorismo?
  •    
    ​Encontramo-nos no centro de uma onda de violência em que a cada hora se vê aumentar a lista de incidentes e de ataques terroristas nas ruas de Jerusalém e noutras cidades israelitas.
  •  
     
  • <iframe width="560" height="315" src="https://www.youtube.com/embed/B0Aukmxwexo" frameborder="0" allowfullscreen></iframe>
  •  

    Encontramo-nos no centro de uma onda de violência em que a cada hora se vê aumentar a lista de incidentes e de ataques terroristas nas ruas de Jerusalém e noutras cidades israelitas. Desde o princípio de Outubro, cidadãos Israelitas têm sido atacados por cocktails molotov, pedras, facadas brutais e até tiros, por parte de palestinianos. Crianças, mulheres e idosos, civis e membros das forças de segurança estão a ser subitamente esfaqueados nas suas casas, autocarros e estações, enfrentando ainda uma torrente de pedras e tiros. Em paralelo, presenciamos as inúmeras tentativas palestinianas de atravessar violentamente as cercas de segurança entre a Faixa de Gaza e Israel.
    Podemos perguntar-nos qual o motivo de enfrentarmos nos nossos dias esta maré de violência, e a resposta automática de muitas pessoas seria com certeza o impasse que se mantém no processo das negociações de paz entre Israel e os Palestinianos.

     
    Mas esta não pode ser a explicação cabal. Na verdade, no passado houve muitos períodos de suspensão do diálogo de paz sem que uma explosão de natureza tão violenta tivesse lugar. É um pretexto usado demasiadas vezes e que em nada justifica o assassinato de seres humanos a sangue frio.
    Para percebermos o quadro mais amplo da situação especial que hoje se vive, precisamos apresentar outros elementos envolvidos. Os jovens palestinianos, quer sejam "lone wolves", ou células de activistas terroristas organizados, não actuam no vazio. Atacam sob o impacto da incitação do Hamas, da Autoridade Palestiniana e do Movimento Islamista em Israel, que se servem de fortes motivações religiosas como é o caso, nomeadamente, do  Monte do Templo ou Esplanada das Mesquitas.
     
    As autoridades israelitas reiteraram o seu compromisso de manter o "Status Quo", destinado a proteger o direito dos muçulmanos a rezar na mesquita, bem como o acesso dos visitantes a todos os lugares sagrados de Jerusalém, independentemente dos seus credos ou religiões. Infelizmente, o recurso ao incitamento continua a incendiar permanentemente a nossa região.
     
    Ao invés de tentar promover a educação e o ensino das novas gerações palestinianas em torno da paz, os seus líderes estimulam o aprofundamento do conflito, através da inclusão de incitações antissemitas e antissionistas nos currículos escolares, nos livros, nos discursos de ódio e, em mais larga escala, nas redes sociais incluindo os terríveis e horripilantes vídeos de propaganda divulgados através do YouTube.
     
    Como sempre, os media estão demasiado ocupados com as estatísticas de quantos mortos existem em cada lado, sem procurar entender quem tomou a iniciativa de matar e sem compreender as consequências e o desafio por parte dos Israelitas de parar este caminho de massacre.
    Israel continuará a combater o terrorismo e a proteger os seus cidadãos, e actuará sempre no sentido de trazer calma e pacificar o terreno, condenando ao mesmo tempo a actividade dos seus próprios extremistas.
     
    Só a partir do momento em que a liderança palestiniana renunciar  inequivocamente às suas acções terroristas, travando os movimentos de incitamento que conduziram às odiosas formas de actuação contra civis israelitas, poderá nascer uma esperança real de paz.

    Para terminar, se quisermos regressar à mesa das negociações, precisamos urgentemente de purificar a atmosfera e de pôr fim de imediato a toda esta violência.
     
    Artigo publicado no Jornal Expresso a 17 de Outubro de 2015