Uma pedra com uma inscrição em grego do final do período bizantino foi descoberta no fim de semana passado no Parque Nacional de Nitzana, no deserto do Neguev.
A pedra plana e redonda, com cerca de 25 cm de diâmetro, foi usada como lápide num dos cemitérios ao redor da antiga aldeia. A pedra foi encontrada por acaso por um trabalhador do "Projecto 500" da Autoridade de Parques e Natureza de Israel enquanto limpava o local.
A pedra foi deixada no início do caminho quando foi notada por David Palmach, o diretor da Vila Educacional Nitzana, que percebeu que tinha uma inscrição. Palmach fotografou e guardou-a para evitar que fosse roubada. Contactou depois a Autoridade de Parques e Natureza de Israel e a Autoridade de Antiguidades de Israel.
A inscrição foi decifrada pela Dra. Leah Di Segni da Universidade Hebraica de Jerusalém e faz referência à “Bem-aventurada Maria, que viveu uma vida imaculada” e morreu no dia 9 de fevereiro. A pedra data do final do século VI ao início do século VII.
“Nitzana é conhecida como um local chave na pesquisa sobre a transição entre o período bizantino e o período islâmico inicial”, disse Tali Erickson-Gini da Autoridade de Antiguidades de Israel. “Durante os séculos V e VI, Nitzana atuou como um centro para as aldeias e vilas nas proximidades. Entre outras coisas, tinha uma fortaleza militar, bem como igrejas, um mosteiro e uma estação rodoviária que servia aos peregrinos cristãos que viajavam para Santa Catarina, que os crentes consideravam como o local do Monte Sinai”.
De acordo com o Dr. Erickson-Gini, Nitzana foi fundada já no terceiro século AC como uma estação rodoviária Nabateana numa importante rota comercial e o lugar foi habitado intermitentemente por cerca de 1.300 anos, até que foi abandonado no século X.
Escavações arqueológicas no local na década de 1930 revelaram um arquivo de papiro e o nome "Nessana" foi redescoberto. O achado de pedra funerária, nomeando a falecida como Maria, junta-se a outras pedras comemorativas dos cristãos enterrados nas igrejas e cemitérios ao redor de Nitzana e que foram descobertos em escavações pela Universidade Ben Gurion do Neguev, entre outras.