Além de lideranças judaicas e de sobreviventes do Holocausto, o evento contou com o presença de autoridades políticas, religiosas e comunitárias, com destaque para o governador Geraldo Alckmin, o prefeito Fernando Haddad, o senador Aloysio Nunes Ferreira e o Cardeal Dom Odilo Scherer, além do ex-governador José Serra e do ex-prefeito Gilberto Kassab, entre outros.
José Serra com o Rabino Michel Schlesinger e o senador Aloysio Nunes Ferreira
Também esteve presente o apresentador Otávio Mesquita que foi homenageado pela série de reportagens que fez em Israel para o Programa Claquete (TV Bandeirantes). Profundamente emocionado, ele destacou seu apreço pelo Estado Judeu. “Escolhi Israel para comemorar meus 25 anos de carreira. Tenho o maior orgulho em estar aqui hoje, e ficaria muito honrado em ser neto ou filho de um sobrevivente”, declarou.
O presidente da Fisesp Mario Fleck recebe representantes de outras religiões
A solenidade, conduzida pelos rabinos Michel Schlesinger e Ruben Sternschein contou com o acendimento de velas em homenagem aos sobreviventes e com discursos de Geraldo Alckmin, Fernando Haddad, Ilan Sztulman, Claudio Lottenberg, Sergio Kulikovsky, Mario Fleck, Celia Kochen Parnes e do sobrevivente Ben Abraham. Todos destacaram a importância da lembrança do Holocausto como um sinal de alerta sobre os limites além dos quais não podemos ficar passivos. Os jovens que perderam suas vidas na tragédia de Santa Maria também foram homenageados com um minuto de silencio.
Representantes participam de benção inter-religiosa
Como neste ano a data coincidiu com Tu Bishvat (festividade que comemora o ano novo das árvores no calendário judaico), os sobreviventes também ganharam do KKL BRASIL um certificado de que um plantio de árvores foi realizado em sua homenagem em Israel, simbolizando a continuidade e a vida, e que foi entregue por jovens representantes de movimentos juvenis.
Jovens dos movimentos juvenis acendem velas pelos sobreviventes
Um dos pontos altos do evento foi o momento em que subiram ao palco representantes de diversas religiões, que juntos fizeram uma benção inter-religiosa e entoaram as canções Imagine e Salam, com a plateia fazendo coro.
O VP da Fisesp, Ricardo Berkiensztat com o jornalista Otavio Mesquita
Quem compareceu ao evento também pôde conferir a exposição “Sublime: o poder da arte na vida do sobrevivente da Shoah”, que reuniu obras de artistas sobreviventes do Holocausto, cadastrados na agência Claims Conferece/UNIBES. “Trata-se de uma iniciativa da equipe da UNIBES que identificou dons, de transmitir através da pintura, mensagens leves e coloridas, apesar do cinza que uma vez tingiu seus passados”, declarou a presidente da Unibes, Celia Kochen Parnes.
Ricardo Berkiensztat e Claudio Lottenberg recebem Gilberto Kassab
A ameaça de Ahmadinejad foi destacada no discurso de Mario Fleck: “A negação do Holocausto está sendo espalhada por um dos principais países do mundo, o Irã. Não se trata um grupo de assassinos, nem um grupo de criminosos, nem uma pequena e relevante instituição. Trata-se de um país, que ao mesmo se prepara para uma outra barbárie, que é a destruição do Estado de Israel. Aprendemos no Holocausto que ninguém defenderá os judeus se eles não estiverem prontos a se defender. Hoje aqui lembramos, mas também conclamamos: o nosso Brasil, um país que tem memória da ausência de liberdade, da escravidão à ditadura, não pode ser tolerante nem passivo diante da maior força viva na busca da negação do Holocausto e da sua repetição. Que nossos líderes saibam se distanciar de nefastos carrascos e predadores da humanidade. Holocausto Nunca Mais!”.
Cônsul-geral Ilan Sztulman discursa no evento. Foto de Peter Halmagyi
Já o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad destacaram a importância da diversidade e da convivência em harmonia entre os diversos povos que vivem em São Paulo. “A minha própria existência é resultado de tudo que aprendi com os judeus e desejo que o Brasil celebre a tolerância e a convivência fraterna”, destacou Haddad. “A sociedade que afasta e apaga da memória os fatos corre o risco de ver a história se repetir. Hoje homenageamos milhões de pessoas barbarizadas e mortas pelo nazismo. Que a memória das vítimas da Shoah nos inspire no caminho de novos tempos”, complementou Alckmin.
A cerimônia foi finalizada com a execução do hino de Israel, entoado por todo o público que lotou a Sinagoga Etz Chaim.
A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, em 2005, uma resolução em que institui o dia 27 de janeiro como o Dia Internacional de Recordação das Vítimas do Holocausto. Em São Paulo, uma lei municipal de autoria do vereador Floriano Pesaro estabeleceu a mesma data, a partir de 2010, para recordar e homenagear as vítimas do Holocausto.