PRÊMIO NOBEL PALESTRA NA SBPC

PRÊMIO NOBEL PALESTRA NA SBPC

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    O israelense Prêmio Nobel de Química de 2011, Dan Shechtman, palestrou nesta terça-feira na 64ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) para mais de mil pessoas. Ele falou sobre a descoberta que lhe rendeu o Prêmio, a dos quasicristais, uma estrutura antes considerada impossível em materiais sólidos. Inicialmente criticado pela comunidade científica, seu estudo permitiu a criação de centenas de novos materiais.

    Em 2002, antes de ser premiado com o Nobel, Shechtman esteve no Brasil para participar da 27ª Assembleia Geral do Conselho Internacional para a Ciência, realizada no Rio de Janeiro. Em 2011 foi o quarto israelense a ser laureado com o prêmio de química. A última, Ada Yonath, recebeu o prêmio há dois anos e veio, em 2011 ao Brasil. Os outros dois são Aaron Ciechanover e Avram Hershko, colegas de Shechtman no Technion – Instituto de Tecnologia de Israel, em Haifa.

     

     Shechtman explica sua descoberta

    Quasicristais

    Até a descoberta de Shechtman, acreditava-se que os átomos de qualquer matéria sólida ficavam agrupados em cristais com padrões de simetria que se repetiam periodicamente. No entanto, um cristal observado em abril de 1982 por Shechtman em seu microscópio eletrônico tinha átomos arranjados em padrões com simetria de 10 eixos. O termo ‘quasicristal’ foi cunhado posteriormente pelos físicos Dov Levine e Paul Steinhardt, porque a definição de cristalinidade era insuficiente para definir o novo tipo de sólido.

    Desde a descoberta de Shechtman, em 1982, centenas de quasicristais foram sintetizados em laboratórios de todo o mundo. Testando diferentes ligas metálicas, uma empresa sueca conseguiu criar um tipo de aço inoxidável extremamente resistente. A análise da estrutura atômica mostrou que o material é composto por quasicristais rígidos, que funcionam como um tipo de ‘armadura’. O metal, patenteado pela empresa, é usado em lâminas de barbear e em agulhas finas feitas especificamente para cirurgias oftalmológicas.

    Os quasicristais são também utilizados em materiais termoelétricos, ou seja, que convertem calor em eletricidade; como substituto do Teflon na superfície de frigideiras; para isolamento térmico de motores, entre outras coisas.

    Em 2009, pesquisadores encontraram na Rússia um tipo de mineral composto de alumínio, cobre e ferro, com padrões de simetria de 10 eixos. Foi a primeira vez que se reportou a existência de quasicristais também na natureza.

    Com informações: http://cienciahoje.uol.com.br/especiais/premio-nobel-2011/quasicristais-reconhecidos/

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