Artigo publicado no Jornal O Globo (17/07/2014)
Ao ler o texto “Os palestinos não são fantasmas”, publicado na edição da última sexta-feira (11) do GLOBO e assinado por Rasheed Abou-Alsamh, fiquei consternado. Como pode um jornalista, que se dispõe a analisar a atual situação em Gaza, expressar-se de maneira tão parcial, beirando a incitação ao ódio contra Israel, o que pode levar facilmente à violência?
No artigo, o senhor Rasheed fala sobre quem seria David e Golias neste conflito. Quero lembrar que Israel possui um território do tamanho do estado de Sergipe e população de apenas oito milhões. Enquanto que 22 estados árabes somam mais de 300 milhões de habitantes, além de outros 60 países islâmicos, juntos com 1,2 bilhão de pessoas, estão além das fronteiras do Estado de Israel. Então, quem é David e quem é Golias, senhor Rasheed?
Quero lembrar também que Israel nunca ameaçou a existência de nenhum país árabe, muçulmano, ou qualquer outro. Mas Israel tem sua existência ameaçada constantemente. Então, quem é David e quem é Golias?
Hoje Israel está fazendo o que todo governo responsável faria, isto é, defender e proteger seus cidadãos. Além disso, vimos muitas vezes que países que foram atacados por grupos terroristas responderam de uma maneira que Israel jamais faria.
Há quase dez anos Israel retirou todos seus cidadãos e tropas de Gaza, deixando sem fundamento qualquer argumento de ocupação. Isso foi feito com a esperança de que os palestinos utilizassem essa oportunidade para criar uma sociedade próspera, que se dedicassem ao bem-estar dos cidadãos, com serviços de saúde, educação e infraestrutura. Mas o que vimos na realidade foi que todos os esforços em Gaza foram dedicados a criar um arsenal de guerra para atacar de forma constante, fria e calculista a população civil israelense.
Ante essa situação, Israel não teve outra opção senão defender-se. Israel quer a paz. A única coisa que buscamos é a paz, a tranquilidade.
A comunidade internacional deve unir forças para atuar da mesma forma que atuou na Síria, desmantelando o arsenal químico daquele país. É imprescindível fazer com que o Hamas se desarme e não possa ter armas de nenhum tipo. Nas mãos de um piromaníaco não podemos deixar fogo.
Espero que em breve Israel e a comunidade internacional consigam esse objetivo para que então possamos assegurar a paz e a tranquilidade na região.
Por Rafael Eldad