Na manhã desta terça (18), no
plenário do Senado Federal, o Senador Jaques Wagner presidiu uma sessão
especial para marcar o Dia da Lembrança das Vítimas do Holocausto. A data,
marcada em conjunto com a Embaixada de Israel e a instituição StandWithUs Brasil,
foi escolhida por conta do feriado Yom Hashoá, do Estado de Israel, que lembra
as vítimas da máquina assassina dos nazistas.
O Embaixador de Israel no Brasil, Sr.
Daniel Zonshine, contou a história de seus pais, nascidos em Varsóvia, que
precisaram fugir quando da invasão nazista como milhares de outros judeus.
“Este ano marcamos o 80º aniversário da Revolta do Gueto de Varsóvia. Várias
dezenas de jovens judeus, homens e mulheres, decidiram que não morreriam sem
lutar. Não tinham chance real de derrotar a máquina nazista, eles sabiam disso.
A maioria deles não sobreviveu; alguns, sim; e alguns deles vieram a Israel. A
neta de um dos líderes tornou-se em Israel a primeira piloto de caça da Força
Aérea Israelense.”
A sessão especial para celebrar a
resistência judaica foi solicitada pelos senadores Jaques Wagner, Alan Rick,
Carlos Viana, Paulo Paim, Randolfe Rodrigues e Eliziane Gama, e contou com os
depoimentos de dois sobreviventes do Holocausto, os senhores George Legmann,
nascido no campo de Dachau, e Gabriel Waldman, nascido na Hungria. Além deles,
estiveram presentes também vários parlamentares, a Sra. Sarita Sarue,
Coordenadora Educacional do Memorial do Holocausto de São Paulo e o Sr. André
Lajst, Presidente do StandWithUs Brasil.
“Acho que o trabalho de a gente
lembrar o Holocausto serve para todos nós, no mundo inteiro, em relação à
perseguição a todas as minorias, aqui e ali, hoje, ontem e amanhã, para não
esquecermos jamais o que o ser humano teve coragem de fazer com o seu
semelhante e que a luta contra o racismo é uma necessidade constante e
interminável. Se o Holocausto - e eu digo isso sempre em palestras e aulas pelo
Brasil - foi o momento mais escuro da história do povo judeu, a fundação de
Israel, que este mês celebra 75 anos de independência, é, sem dúvida alguma, o
acontecimento positivo e alegre mais importante da história do povo judeu nos
últimos 2 mil anos”, afirma André Lasjt em seu discurso.
Durante um discurso emocionado e
aplaudido de pé pelos presentes, o sr. George Legmann ressaltou que “Hitler foi
eleito democraticamente, mas depois, como não cuidaram da democracia, deu no
que deu e, em 1939, eclodiu a Segunda Guerra Mundial. Dachau foi o primeiro
campo de concentração, de extermínio no mundo. Estão lá os crematórios. Está lá
para todo mundo ver”. E completa: “Aqui no Brasil, que abriu a porta para
aqueles que vieram para cá, e eu sou um deles, nós temos que cuidar da
democracia para nunca mais acontecer o que aconteceu e nunca mais acontecer o 8
de janeiro, que foi uma afronta às instituições”.